Esses dias, pela manhã, aguardava o professor nos corredores do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. e mirava o que talvez fosse a acompanhante de um paciente - não verifiquei - utilizar-se de uma daquelas raquetes elétricas para dizimar as moscas que infestam os corredores do hospital, as quais são vítimas, ao que parece, de um desequilíbrio ecológico, levando-as a buscar abrigo dentro de dependências onde sua presença é intolerável, como a enfermaria de Clínica Geral e o Sistema de Pronto Atendimento (SPA).
No entanto, apesar de ícones caricatos de uma luta por melhorias na saúde pública riograndina, convenhamos: as moscas não são o maior de nossos problemas. Não vou dizer nem que o maior deles é o ambulatório de ginecologia, que agora está mal alocado (o que teria até mesmo sido resolvido recentemente, colocando-se uma cobertura improvisada para impedir que as pacientes sejam vistas por qualquer pessoa que estivesse indo consultar-se com médicos de outras especialidades do hospital, os quais dividem o espaço citado), nem sequer colocarei o alagamento dos Centros Obstétrico e Cirúrgico como bandeira maior do caos que vive nosso caríssimo hospital.
O que mais me fere o peito é ouvido: não caberia citar ipsis literis a razão, mas tenho gana de desabafar esse peso no peito com alguns Nãos...: não vou calar diante dos problemas por haver possibilidade de fecharem o hospital, não vou tolerar as moscas porque "há moscas também em minha casa", não vou pedir desculpas por mostrar isso à sociedade, pacientes do serviço, porque isso "fere a imagem do hospital" no qual terei minha formação. Sobretudo, não vou deixar de demandar publicamente - suplicar, se preferirem - que se resolvam esses problemas porque o HU é nossa "casa".
Não, não é nossa casa, apesar de querermos (eu, pelo menos) zelar por ele como se o fosse: é um bem público a serviço da comunidade, e assim sendo, existe um limite dentro do qual é tolerável a privacidade de seus problemas, e essas linhas foram cruzadas há muito tempo. E, não havendo solução, que futuros médicos, enfermeiros, psicólogos, geógrafos, advogados, engenheiros, ... seríamos nós se não voltássemos nossas atenções e nossa energia para o problema? A sociedade tem o direito de saber; nós, estudantes, temos o direito de exigir soluções e os responsáveis tem o dever de agir.
Negar isso é admitir que a pureza se perdeu em alguma esquina de anos de árduo trabalho que tiveram aqueles que nos pedem que deixemos que as moscas voem sobre feridas abertas.
No entanto, apesar de ícones caricatos de uma luta por melhorias na saúde pública riograndina, convenhamos: as moscas não são o maior de nossos problemas. Não vou dizer nem que o maior deles é o ambulatório de ginecologia, que agora está mal alocado (o que teria até mesmo sido resolvido recentemente, colocando-se uma cobertura improvisada para impedir que as pacientes sejam vistas por qualquer pessoa que estivesse indo consultar-se com médicos de outras especialidades do hospital, os quais dividem o espaço citado), nem sequer colocarei o alagamento dos Centros Obstétrico e Cirúrgico como bandeira maior do caos que vive nosso caríssimo hospital.
O que mais me fere o peito é ouvido: não caberia citar ipsis literis a razão, mas tenho gana de desabafar esse peso no peito com alguns Nãos...: não vou calar diante dos problemas por haver possibilidade de fecharem o hospital, não vou tolerar as moscas porque "há moscas também em minha casa", não vou pedir desculpas por mostrar isso à sociedade, pacientes do serviço, porque isso "fere a imagem do hospital" no qual terei minha formação. Sobretudo, não vou deixar de demandar publicamente - suplicar, se preferirem - que se resolvam esses problemas porque o HU é nossa "casa".
Não, não é nossa casa, apesar de querermos (eu, pelo menos) zelar por ele como se o fosse: é um bem público a serviço da comunidade, e assim sendo, existe um limite dentro do qual é tolerável a privacidade de seus problemas, e essas linhas foram cruzadas há muito tempo. E, não havendo solução, que futuros médicos, enfermeiros, psicólogos, geógrafos, advogados, engenheiros, ... seríamos nós se não voltássemos nossas atenções e nossa energia para o problema? A sociedade tem o direito de saber; nós, estudantes, temos o direito de exigir soluções e os responsáveis tem o dever de agir.
Negar isso é admitir que a pureza se perdeu em alguma esquina de anos de árduo trabalho que tiveram aqueles que nos pedem que deixemos que as moscas voem sobre feridas abertas.
José Gualberto Matos Neto
Acadêmico de Medicina - FURG
Coordenador Geral do DCE-FURG
Gestão 2011 - É Proibido Estacionar!
http://dcefurg.blogspot.com/2011/08/na-mosca.html
Excelente texto...expressa muito do sentimento que deve-se ter frente a atual situação. Por muito tempo ouvimos esse papinho de não falar mal do nosso HU. Mas a situação ja beirava o caos há muito tempo, agora simplesmente começou a desabar o que restava. Chega desse falso moralismo, dessas ameaças veladas que nossos professores insistem em repetir. Isso é fato corriqueiro, bem sabemos(lembram do ENEM, né?). Varrer a sujeira para baixo do tapete é costume aqui e no resto do país, mas do jeito que está não dá pra ficar. Ou se enfrenta logo o problema ou avisa o MEC que não temos condições de sermos um Hospital Universitario! Vamos lá pessoal, a peleia ta começando!
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