Entrevista com o diretor do Programa de Câncer de Mama e
Oncologia do
Um olhar sobre o câncer de mama
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
Um olhar sobre o câncer de mama
Por:
Elespectador.com
Max Mano aplaude o desenvolvimento de um novo medicamento que
retarda o crescimento do câncer e, consequentemente, a utilização de
quimioterapia.
Max Mano diz que o
autoexame não é suficiente na luta contra o câncer de mama. / Luis Ángel
Por que liderar a luta médica contra o câncer de mama?
No princípio foi pela influência de um professor: de nível
mundial especializado em câncer de mama, ali nasceu minha paixão e ao ver a
grande quantidade de mulheres que precisam de ajuda esta se tornou ainda maior.
Quais os mitos ao redor do câncer de mama?
Muitos dizem que existem alimentos que o provocam ou que o
sutiã pode gerar a enfermidade, o que não é verdade. Quando são diagnosticadas
com câncer de mama as pacientes tem muitas crenças. Devido a isso, as consultas
geralmente são muito complexas, portanto é importante dedicar um bom tempo das
consultas para explicar as verdades e os mitos sobre o câncer de mama. Devemos
assegurar que os tratamentos tenham como base uma boa comunicação, disso
depende o êxito do tratamento.
Alguns dizem que os contraceptivos orais aumentam o risco de
câncer de mama. Isso é verdade?
Antigamente os anticoncepcionais orais causavam um maior
risco devido a altas concentrações hormonais, hoje em dia a quantidade
de estrogênio e destas substâncias são menores, por isso é menos
provável.
O que fazer contra esta enfermidade?
Geralmente se promove o autoexame, no entanto, este não é
100% útil: palpar algo no autoexame é reflexo de que o câncer se encontra num
estado avançado, o que o torna mais difícil de combater. É importante que as
pessoas estejam cientes se tem propensão genética e fazer os exames
devidos, ressonância magnética, mamografias, etc. Tudo com o fim
de prevenir e não dar-se conta quando já está doente. O mesmo com a
dieta. O melhor conselho é se ter hábitos saudáveis; o sobrepeso, por exemplo,
produz certas substâncias que aumentam o risco do câncer de mama. Aconselho
também que as mulheres amamentem quando tenham filhos, e que os tenham antes
dos 35 anos.
Uma pesquisa da “23 and Me’ observou que pode haver relação
entre o tamanho dos seios e o câncer de mama. O que está certo nisso?
Eu
considero um mito. Existem alguns estudos que sugerem que pode haver uma
correlação, porém são muito pequenos e trazem duvidas sobre a veracidade dos
dados. O mesmo se diz do uso de próteses de silicone para aumentar o tamanho
dos seios; tampouco existe alguma correlação entre implantes mamários e o
câncer de mama.
Quais são as mais recentes descobertas com respeito a essa
doença?
Recentemente foi desenvolvido um medicamento que, sem dúvidas, é uma grande ajuda no tratamento do câncer de mama. É para as mulheres que já tem a enfermidade e busca retardar o uso da quimioterapia. Assim, a paciente deverá receber muito menos desse tratamento, já que o medicamento diminui o crescimento do tumor e, portanto, ajuda a melhorar a qualidade de vida por um tempo das pessoas com câncer de mama. De fato, já se pode consegui-lo na Colômbia e na comunidade médica estamos muito entusiasmados.
Faz falta um melhor trabalho dos meios de comunicação para
informar as pessoas sobre o câncer de mama?
É muito importante que se informe mais sobre a doença. Temos
que ter em conta que o maior problema na América Latina é que se tem um
diagnóstico tardio, diferente dos Estados Unidos onde 80% das mulheres são
diagnosticadas na fase branda e não só se evitam mortes como também o sofrimento
psicológico. O câncer de mama também fere as famílias, por isso devemos educar
as mulheres para que façam as mamografias e consultem seus médicos. Agora, a
prioridade é nos organizarmos para ajudar as pacientes a detectar, no melhor
momento, a enfermidade que hoje mata o dobro de mulheres em relação há alguns
anos atrás. É um câncer de medo.
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