sábado, 17 de setembro de 2011

Entrevista na Revista ÉPOCA da palestrante da SAMED

Psicóloga Débora Noal, que palestrará no dia 18 de outubro na SAMED, a palestra terá o título "Médicos Sem Fronteiras: O lado B do mundo".

"Minhas raízes são aéreas"

A travessia de uma psicóloga sem fronteiras que escolheu ver o lado B do mundo

Eliane Brum

No dia 16 de abril, a gaúcha Debora Noal botou nas costas uma mochila que nunca passa dos 10 quilos. Dentro dela, uma lanterna de cabeça, como as que os mineiros usam, adaptadores de todos os tipos para computador, um gel para lavar as mãos, lenços umedecidos para o banho, um kit de colher, garfo e faca, um canivete, duas camisetas da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), duas calças jeans, um lenço cor-de-rosa para usar na cabeça em regiões muçulmanas, uma jaqueta térmica, um par de havaianas e outro de tênis, um laptop e um dicionário de português/francês/inglês. Levou ainda uma velha boneca da Magali, personagem do criador Maurício de Sousa, que troca de cara (feliz, triste, zangada, etc), para ajudá-la no atendimento a crianças nos lugares mais remotos e perigosos do mundo. Aos 30 anos, a psicóloga Debora partiu para sua décima missão na MSF. Depois de uma preparação de alguns dias em Genebra, hoje ela está no Quirguistão.


E aí, você largou tudo e se foi para o Haiti?

Debora – A gata ficou com a vizinha, uma amiga minha do Sul. Fui lá, deixei a Filomena com todas as bagagens na casa dela. Pedi demissão, acabei o mestrado, tudo para passar um mês. Porque era uma missão de urgência. Entreguei o apartamento, deixei os móveis no meio do corredor porque não tinha condições de distribuir tudo rápido. Só que essa missão se prolongou para quatro meses e meio...

Foi fácil esse desapego pelas suas coisas?


Debora - O que não é possível carregar comigo é porque não é meu. As pessoas diziam... “Mas você vai deixar tudo? Máquina de lavar no meio do corredor, televisão... e se roubarem?” Se roubarem, roubaram... O que eu vou fazer? Não posso passar minha vida inteira segurando uma televisão na mão... Lembro que eu ia recebendo emails dos vizinhos ao longo dos meses. “Posso ficar com a sua máquina de lavar roupa?” Pode. “O seu quadro está no meio do corredor... posso botar na minha casa?” Pode. E aí, quando eu voltei, foi bem legal, porque fui indo em cada vizinho, tocando na porta... Você tem alguma coisa minha? “Tenho, seu guarda-roupa está aqui...” Foi bem interessante.


Leia na íntegra: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI228050-15230,00-MINHAS+RAIZES+SAO+AEREAS.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário