domingo, 26 de junho de 2011

Diretor-geral do HU terá a orientação de uma Comissão de Assessoramento

Eleição ficou descartada até a definição do novo formato de gestão hospitalar


O Conselho Diretor (Condir) do Hospital Universitário esteve reunido na tarde de desta quarta-feira (22) na área Acadêmica da Instituição. Entre os assuntos da pauta estava a proposta de regulamentação do processo eleitoral e indicação de Comissão Especial para a eleição do diretor-geral e vice-diretor do Hospital. Por unanimidade, os conselheiros entenderam que não deveria ocorrer neste momento o processo em razão da incerteza quanto à criação de um novo formato de gestão dos hospitais universitários através de um projeto de lei que seria encaminhado ao Congresso Nacional pelo governo federal, em substituição à MP 520.

A Medida Provisória 520, que autorizava o Poder Executivo a criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, perdeu a validade no Senado por falta de votação. Pela MP, a nova estatal teria por objetivo administrar os hospitais universitários, unidades hospitalares e a prestação de serviços de assistência médico-hospitalar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

O governo federal pretende enviar ao Congresso proposta semelhante em forma de projeto. “O Executivo está consciente da importância desse assunto”, disse o reitor João Carlos Cousin, que presidiu a reunião. Com a opinião unânime dos conselheiros, o reitor retirou a indicação do vice-reitor Ernesto Luiz Casares Pinto, também conselheiro e presente à reunião, de regulamentar o processo eleitoral.

Comissão

Enquanto estiver no cargo, o diretor-geral pró-tempore, Tomás Dalcin, terá a orientação de uma Comissão de Assessoramento. Formada por médicos e enfermeiros da Faculdade de Medicina e Escola de Enfermagem, respectivamente, essa Comissão terá a tarefa de encaminhar iniciativas, ações e propostas de solução de problemas para um melhor funcionamento do HU/FURG em suas atividades de Educação, Desenvolvimento Científico, Extensão e Assistência à Saúde da População através do SUS.

Durante a reunião, o diretor-geral recebeu dos conselheiros o reconhecimento pelo trabalho que vem desenvolvendo desde o início de março deste ano, embora temporário. Cousin se disse satisfeito em ter escolhido um nome de sua confiança que está tendo boa atuação no cargo. Ele aproveitou para convocar os vários setores do Hospital representados no Conselho para pedir harmonia e envolvimento nas tarefas. “Temos dificuldades como outros hospitais universitários pelo Brasil, mas não vamos esmorecer”, assinalou.

O reitor continuou dizendo que vai permanecer a busca incessante pela qualidade das atividades desenvolvidas no Hospital. E convocou: “vamos dar o nosso melhor”.

http://www.furg.br/index.php?id_noticia=17334

Definida data da 10ª Mostra da Produção Universitária



As Pró-Reitorias de Pesquisa e Pós-Graduação, de Graduação, de Extensão e Cultura e de Assuntos Estudantis divulgam que a 10ª Mostra da Produção Universitária será realizada de 24 a 28 de outubro, com o tema “Ciência, tecnologia e compromisso social: um desafio para a Universidade.”

Neste ano, a Mostra traz algumas inovações: no Cidec-Sul estarão concentradas as atividades culturais, oficinas, exposições artísticas, palestras e conferências. Já a apresentação de trabalhos acontecerá nas salas do Prédio 4. Todos os trabalhos inscritos serão sob a forma de comunicação oral e cada estudante poderá inscrever apenas um trabalho no evento.

A inscrição de trabalhos poderá ser feita de 18 de julho a 12 de agosto. Para ouvintes, o período de inscrição será de 22 de agosto a 09 de setembro. Todas as orientações sobre o processo de inscrição serão divulgadas em breve na página eletrônica do evento: http://www.mpu.furg.br/.

HU adquire novos equipamentos para qualificar mais o atendimento


O Hospital Universitário (HU) recebeu na tarde de sexta-feira (24) quatro novos equipamentos que acrescentarão na qualidade do atendimento dos pacientes. Para a UTI Neonatal vieram uma incubadora (aparelho que se destina a manter criança prematura em ambiente de temperatura, oxigenação e umidade apropriadas) com berço aquecido, um berço aquecido e um respirador. O quarto equipamento é um monitor fetal, que vai para a Maternidade ou o Centro Obstétrico.

Fornecido pela empresa General Electric (GE), a incubadora com berço aquecido combina todos os recursos dos dois equipamentos, é compacta e móvel. Basta pressionar um único botão para a incubadora transforma-se em um berço aquecido. O colchão giratório possibilita movimentar a cama, e não o bebê, para permitir acesso completo ao paciente. Possui também uma balança incorporada, entre outros recursos.

O diretor-geral do HU, Tomás Dalcin, ficou admirado com a alta tecnologia dos equipamentos, dizendo que o Hospital está sendo dotado com o que há de melhor naquela área. A enfermeira Helena Maria Parobé, da UTI Neonatal, também ficou encantada com a qualidade e, principalmente, com os benefícios que pode ter os equipamentos para as crianças recém-nascidas.

http://www.furg.br/index.php?id_noticia=17343

Aluna da FURG tem dois contos publicados em atividade de Congresso

A acadêmica do segundo ano de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Mayara Floss, teve dois contos selecionados para o Cardápio Literário do Concurso de Contos do 11° Congresso Brasileiro de Medicina da Família e Comunidade. Os contos "Sobre palcos e joelhos - a medicina fora dos corredores do hospital" e "Olhos nos olhos" foram publicados em um livro do congresso, junto aos outros 16 selecionados. Uma votação será realizada para premiar os melhores contos do congresso.

O Congresso está acontecendo em Brasília, reunindo aproximadamente 4 mil participantes. 300 palestrantes brasileiros e 30 internacionais. O site do congresso: http://www.eventoall.com.br/familia2011/ . E também está acontecendo o 4° Encontro Lusobrasileiro de Medicina Geral, Familiar e Comunitária.

A acadêmica apresentou dois banners no Congresso sobre a Liga de Educação e Saúde da FURG. Mayara tem um blog (www.entre-primos.blogspot.com) e lançou um livro de poemas em 2009.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

1º ENCONTRO DE DISCUSSÕES SOBRE A REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA

Caríssimos Discentes,A Direção da Faculdade e a Coordenação do Curso de Medicina convocam a todos os Discentes do Curso de Medicina para o 1º ENCONTRO DE DISCUSSÕES SOBRE A REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA, dia 21/06 (terça-feira), a partir das 8:00 horas, no Auditório da Área Acadêmica, organizado em conjunto com a PROGRAD.
Ressalto que todas as atividades da manhã do dia 21 serão reprogramadas, com o reagendamento de aulas e atividades práticas (que serão canceladas). As atividades na parte da tarde deverão ter seu andamento normal.

MOÇÃO DE APOIO Nº 008, DE 09 DE JUNHO DE 2011


O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Vigésima Segunda Reunião Ordinária, realizada nos dias 8 e 9 de junho de 2011, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 e pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, e

considerando a Reforma Administrativa, ocorrida nos anos 90, que prometia modernizar o Estado brasileiro, não dialogou com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde Universal quando, promovendo diferenciações entre o serviço burocrático e a prestação de serviços assumiu o primeiro bloco como função do Estado e incentivou que os demais passassem à responsabilidade da própria sociedade. Diante dessa possibilidade jurídica foi aprovada a lei que criou as Organizações Sociais.
considerando que esse projeto atingiu diretamente o SUS em princípios basilares como o do concurso público, da impessoalidade, da moralidade e da transparência, bem como dos artigos 17 e 18 da lei 8.080/90 que tratam das competências dos entes federados, no Sistema Único de Saúde.
considerando as Organizações Sociais têm reforçado e ampliado a ação patrimonialista e clientelista enfraquecendo o Estado brasileiro da Constituição Federal de 1988. Como conseqüência, o alto custo decorrente dessa ação, à princípio denominada de modernizante, atua como um instrumento político e ideológico comprometendo drasticamente o financiamento da rede eminentemente pública criando distorções na remuneração de pessoal, precarizando as relações de trabalho bem como desconstruindo e inviabilizando quase que por completo, a possibilidade de atuação sinérgica e produtiva da equipe multiprofissional em saúde.
considerando que a contratação de profissionais sem amparo legal e técnico, tem comprometido a qualidade do serviço prestado à população usuária do SUS. Os fatos observados e as informações da mídia apontam a terceirização da gestão do SUS como um dos mais importantes fatores de desvios e corrupção no sistema.
considerando que a solução dos graves problemas de gestão do SUS, passa pela regulamentação do art. 37 da CF, propiciando autonomia administrativa e orçamentária dos serviços, bem como a profissionalização da gestão com os seus próprios quadros devidamente qualificados.

O Conselho Nacional de Saúde vem a publico, e particularmente junto aos Ministros do Supremo Tribunal Federal, manifestar seu mais absoluto e irrestrito apoio a ADI 1.923 que contesta a legalidade das organizações sociais como gestores dos serviços públicos de saúde.


Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Vigésima Segunda Reunião Ordinária.

terça-feira, 14 de junho de 2011

AGORA É HORA: Mudança de todo o currículo de MEDICINA da FURG


No dia 21 de junho, terça-feira a partir das 8 horas da manhã haverá uma reunião onde TODOS os professores da FURG da FAMED estão convocados para DISCUTIR a ELABORAÇÃO DO NOVO CURRÍCULO DA MEDICINA. Os ALUNOS poderão PARTICIPAR. As aulas nesta manhã estão CANCELADAS! É FUNDAMENTAL A PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS, POIS SEMPRE BUSCAMOS UM ESPAÇO PARA TER AS NOSSAS REIVINDICAÇÕES ATENDIDAS.

AGORA É HORA!

domingo, 12 de junho de 2011

Participe da pré-confer​ência de saúde dos/para os - estudantes


As conferências de saúde são realizadas a cada quatro anos, são espaços importantes de reunião entre trabalhadores da saúde, gestores, estudantes e usuários do SUS de forma geral. Tem a finalidade de analisar, avaliar e deliberar sobre a situação da saúde para melhorias nas políticas públicas e consolidação do SUS. O tema da conferência de saúde que será realizada este ano é "Todos Usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro". Os eixos, para contemplar esse complexo tema são: Acesso e Acolhimento com Qualidade; SUS na Seguridade Social; Participação Popular no SUS; Gestão (financiamento, formação, público X privado, pacto pela saúde, etc).

A primeira parte da Conferência Municipal de Saúde consiste de várias pré-conferências, momento de debate sobre os problemas de saúde de cada localidade, de apresentação do tema e eixos que serão discutidos e de eleição de delegados. As pré-conferências em Rio Grande tiveram início no dia 21 de maio e terminam no dia 16 de junho. A segunda parte está prevista para os dias 1o e 2 de julho, no CCMar. Será uma grande plenária para aprofundar a discussão e apresentação de propostas. Apenas os delegados eleitos nas pré-conferências podem votar, mas a participação é irrestrita. Toda a população interessada no assunto pode comparecer.

A Conferência Estadual de Saúde ocorrerá no município de Tramandaí, entre os dias 1o e 4 de setembro. A Conferência Nacional de Saúde será em Brasília, de 30 novembro a 4 dezembro.


terça-feira, 7 de junho de 2011

Liga do trauma convida a todos a prestigiar as aulas da Liga do trauma FURG 2011



* 16/6 (quinta-feira) às 20h na sala 207 - TRAUMA ABDOMINAL
Prof. Convidado: LUCIANO ZOGBI DIAS

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG (2002); Residência médica em Cirurgia geral pela Associação de Caridade Santa Casa de Rio Grande - ACSCRG (2005); Residência médica em Cirurgia Videolaparoscópica pela Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre - FFFCMPA (2007); Delegado Riograndino da Sociedade Brasileira de Cirurgia Videolaparoscópica - SOBRACIL; Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões - CBC; Qualificado em Videocirurgia pela SOBRACIL; Mestre em Cirurgia pelo Programa de Pós-Graduação em Cirurgia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; Aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; Professor de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande - FURG


* 27/6 (segunda-feira) às 20h na sala 208 - TRAUMA TORÁCICO
Prof. Convidado: MIGUEL ANGELO DE CASTRO JR.

Possui Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG (1997), Rio Grande - RS; e Mestrado em Medicina (Gastroenterologia) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2005), Porto Alegre - RS. Atualmente é Professor Assistente da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, Exercendo Cirurgia Torácica e Geral apartir de Residência Médica em ambas áreas no Hospital Nossa Senhora da Conceição do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Porto Alegre - RS. Médico da Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico Litoral Sul Ltda e Membro do Corpo Clínico da Associação Caridade Santa Casa do Rio Grande e do Hospital Universitário de Rio Grande. Tem experiência na área de Medicina, atuando principalmente nos seguintes temas: Cirurgia Torácica, Cirurgia Geral e Gastroenterológica, Endoscopia Respiratória, Phmetria e Manometria Esofágica. Aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.


Att.
Bianca Freitas

CTSEM – Centro de Treinamento e Simulação em Emergências Médicas

O primeiro centro de treinamento no Brasil autorizado pela American Heart Association realiza em Pelotas:

Curso de ACLS - Advanced Cardiac Life Support
Curso dirigido para profissionais e estudantes do último ano de medicina e de enfermagem Sábado (25jun2011) e domingo (26jun2011)

Curso de BLS – Basic Life Support
Curso dirigido para profissionais e estudantes da área da saúde em geral, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, bombeiros, motoristas de ambulância, socorristas, equipes de resgate, fisioterapeutas, dentistas, professores de educação física.
Domingo (26jun2011)


Inscrições com Samir Schneid
Contato pelo E-mail slss1964@gmail.com ou pelo fone 53 9119 4288,
Skipe slss64, MSN samir1964@hotmail.com

sábado, 4 de junho de 2011

Eymard Vasconcelos: “Os véus vão caindo” – A Educação Popular em Saúde

Por Arnildo Dutra de Miranda Jr.

Eymard, durante sua trajetória como profissional de saúde e professor sempre existiu uma tônica que é a extensão, poderia nos contar um pouco mais sobre essa área de atuação que existe na faculdade?

A universidade tem três grandes áreas de atuação: ensino, pesquisa e extensão. As que possuem maior prestígio é o ensino, ou seja, os cursos em si e a pesquisa, que é a principal forma de um professor adquirir visibilidade no mundo científico, pois nessa área há muita premiação e os congressos acabam sendo uma forma de propaganda, enfim, o professor vira o “fodão”, tudo pela pesquisa.

A extensão por outro lado, agente brinca, é o irmão pobre, o desprezado da universidade. Nela os alunos e professores se engajam em uma prestação de serviço à comunidade. É um espaço muito flexível porque não segue normas tão rígidas, o que a torna o lugar da invenção na vida universitária.

Na UFPB, descobri minha motivação para ser professor, que foi a extensão, porque, enquanto era professor de “sala de aula”, os alunos cursavam a minha matéria somente por obrigação. Até existiam alguns alunos motivados, mas eram poucos. Já na extensão vai o estudante que quer, melhor vai o que está disposto a pagar o mico, pois, por exemplo, em nosso projeto de extensão, o aluno tem de ir todo sábado, enquanto a maioria dos alunos estão cansados, querendo estudar, e, maioria das vezes, tem de pagar até o ônibus pra ir para a comunidade. Então se seleciona um time de pessoas que estão muito emprenhados com a ideia e, principalmente, que querem sair de faculdade feijão com arroz que mais parece um “coleginho”.

Bom, continuando um pouco mais nas definições, existem muitos tipos de extensão. Aqui temos usado o tipo mais orientado pela educação popular. Hoje olhando para minha trajetória como educador percebo que já tinha trabalhado muito no mundo popular fazendo trabalhos educativos e fico fascinado com o poder de transformação que nós profissionais da saúde temos e, ao longo do tempo, descobri que essa filosofia de conduzir a educação também é muito vantajosa para a relação professor-aluno e hoje sinto orgulho de dizer que sou professor mais pelas experiências que vivi devido à extensão popular que pelas salas de aulas por que passei.

A extensão pode ser também uma forma de permitir o aluno conhecer o mundo da maioria da população, que para muitos é só um espaço para caridade, marcado pela carência e pelo medo, mas quando os alunos chegam lá veem que é um mundo totalmente diferente e fascinante. Ele se torna tão atrativo, como diz uma expressão do Paulo Freire, existe um busca por ser mais, e, ao ter contato com tudo isso nota-se que a criatividade é a verdadeira marca dessa população muito diversa. “Você imagina que é um lugar onde só tem dificuldade e carência, mas quando se chega lá, encontra tanta vitalidade e afetividade que se surpreende”.

O Senhor comentou sobre a chamada Extensão Popular, poderia definir um pouco melhor?

O mais usual dentro da universidade é o pensamento de que temos o conhecimento e vamos, através de um projeto, levar esse conhecimento a uma população carente e ignorante, isso, na ótica de Paulo Freire, é a chamada educação bancária, em que vamos lá “depositar” nossos conhecimentos, e é esse que vai torná-los cidadãos dignos e saudáveis.

Esse tipo de pensamento é o mais comum e reflete um pouco do pensamento dominante dentro da universidade de que somos a aristocracia pensante desse país. Já na ótica da educação popular procura-se ouvir e, diante de um problema, não dar uma resposta pronta, mas faz-se uma roda e discute, isso aprendi quando era estudante, há 36 anos. Quando se passa a ouvir e a procurar soluções coletivas, se descobre que o problema é muito mais complicado do que aparenta e que as pessoas já sabem muita coisa que não se imaginava. Esse é o grande ensinamento da educação popular: todas as pessoas têm uma busca de ser mais e nela geraram conhecimento e criaram estratégias, que nós, que vivemos em uma faixa restrita da sociedade, não conhecemos. Então se estamos dispostos para ajudar, antes de tudo, temos que começar nosso dialogo a partir do que já existe. Gosto muito de uma imagem da educação popular baseada na mochila. Temos uma mochila de conhecimento que é muito valorizada pela população, só que não sabemos quais conhecimentos lhes são úteis, portanto é necessário chegar lá e conversar - “que vocês estão precisando?”. E “puxa” um conhecimento da mochila. - “Será que isso serve?”. - “Ah, doutor, mas isso não tem nada haver conosco”. E assim, ir construindo um conhecimento se se encaixa a realidade deles.

Uma boa definição para educação popular é a construção compartilhada do conhecimento. Quando se faz assim a educação ganha muito mais força e nosso educando , quando ele se sente participando, não fica só um “aprendedor”, pois isso incentiva o protagonismo, a iniciativa e organização próprias.

Outra questão que surge por parte dos alunos que estão iniciando o curso quando falamos de atuação em comunidades é o que estudantes sem nenhuma formação farão nesses locais, pois não possuem conhecimentos?

Essa dúvida realmente acontece muito, principalmente quando o aluno começa em um projeto de extensão. Eu tenho esse projeto de extensão na comunidade Maria de Nazaré em João Pessoa, Paraíba faz 13 anos, se vamos na perspectiva de primeiro ouvir e depois aprender para ajudar, você vai facilmente descobrir como se pode ajudar e, o que se pode fazer, não é algo que se possa ser planejado antecipadamente, só se descobre no processo. É engraçado porque todos os estudantes quando começam estão inseguros, mas depois de uns seis meses todos já estão fascinados com tudo que podem fazer para ajudar aquela população. Talvez em algumas faculdades não se descubra como se pode ajudar porque os estudantes vão para as comunidades cumprir tarefas, não para ouvir. Além disso, eles acabam ficando muito tempo no posto de saúde, que é um lugar muito ruim de conviver com a população, ela não se comporta como realmente é, pois fica constrangida. Por exemplo, que eu fosse chamado pra falar sobre o planalto em um jantar lá, com certeza ficaria constrangido e não iria falar o que realmente penso, mas, sim, o que eles quisessem. Por outro lado se você vai para as casas e cria um vínculo, os véus vão caindo, e você vai descobrindo que pode ajudar mais, não por um conhecimento técnico articulado, mas pela presença, pela escuta e pelo apoio afetivo. Com isso se descobre que nos somos profissionais da saúde não só pelo conhecimento técnico, mas pelos humanos que somos, e esse são capazes de muitas transformações na vida das pessoas. Quando agente se coloca como ser humano, essa educação fica muito mais forte do que quando, por exemplo, me coloco como especialista em educação em saúde.



Retomando um pouco a questão da inserção, no inicio do projeto, queríamos colocar estudantes só mais do final do curso, porque eram os que tinham mais conhecimento, porque já tinhas varias técnicas, entre outras características, contudo apareceram uns estudantes do inicio do curso querendo participar. Ficamos muito na dúvida se eles teriam condições de participar, mas acabamos permitindo que eles entrassem no projeto. Ao longo daquele ano, começamos a perceber que o estudante do inicio do curso contribua mais que os do final, isso nos intrigou muito, e fomos tentar entender o porquê. O estudante do final do curso ele já esta com o olhar formatado, ele só olha para aquilo que está treinado para agir, ele não olha para o todo. Já o do início, o olhar não foi formatado pela tradição médica, então ele se assombra com tudo, se envolve, pois ainda não tem a separação do que é médico e o que não é, e, por isso, acaba tendo um potencial de transformação muito maior que os do final do curso. Agente percebe muito bem que existe uma pedagogia invisível que formata o olhar do estudante e o empobrece. Houve uma professora da UNICAMP que notou muito isso, pois ela era professora no inicio e no final do curso. Um dia houve um acidente muito grave com o rapaz que tomava conta do estacionamento, e isso mobilizou os estudantes. Os do final do curso só queriam saber qual o diagnostico, qual a lesão, que conduta médica foi adotada, já os do inicio queriam saber como estava a família, como ele estava e o que podiam fazer para ajuda. É essa a diferença do olhar, muitas vezes a solução do problema em saúde passa do agir tradicional em saúde, é quando se envolvemos nessas outras dimensões é que se pode transformar mais profundamente.

O senhor comentou varias vezes o choque que há de uma medicina focada na doença pontual e de uma medicina que procura tratar o paciente como um todo. Poderia falar um pouco mais desse assunto?

Acho que hoje vivemos um momento muito rico da medicina, um momento de resgatar algo que é milenar na história médica, esse olhar focado no corpo, de nós médico sermos mecânicos de gente é muito restrito na história. Essa visão praticamente se consolida a menos 150 anos, porque no resto da história da humanidade nos tínhamos uma tradição de olhar para o ser inteiro. Hoje há estudos que resgatam terapeutas da Alexandria, no Egito, mais ou menos contemporâneos a Jesus, que tem escritos de abordagem dos problemas de saúde que abordavam essa dimensão do todo, estamos aprendendo muito com esses escritos dos chamados terapeutas do deserto. De 100 anos para hoje isso foi deixado de lado, porque ficamos muito fascinados com a potência tecnológica da medicina, mas hoje estamos experimentando o limite dessa potência, pois o grosso das patologias são crônico-degenerativas que não tem cura. Elas precisam antes de tudo uma reorientação do modo de viver, só que o médico que só pensa na tecnologia não consegue mobilizar essa mudança no modo de viver dos pacientes, das famílias, ou seja, o próprio movimento da medicina está exigindo uma mudança dessa postura. Hoje, em pleno século XXI, há muitos intelectuais, não só do Brasil; mas do mundo todo, dizendo para se ter um olhar mais amplo. Um exemplo é os EUA que está querendo criar um sistema de saúde parecido com o do Brasil, da Inglaterra e outros países que investem em políticas de prevenção. O grande avanço da medicina hoje não é só tecnológico, mas também de modos de organização e de abordagem, então isso não é uma coisa do SUS, mas sim um movimento mundial. E acho que aqui no Brasil, com a educação popular, com esse jeito mais integrado que sabe trabalhar com os movimentos sociais e valorizar a iniciativa da população, talvez nos estejamos desenvolvendo trabalhos melhores que locais que já tinham tradição mais antiga de atenção primária em saúde, como os da Inglaterra. Tenho convivido com muitos sanitaristas de outros países e eles ficam fascinados com as experiências brasileiras. É algo que hoje o Brasil tem um grande reconhecimento internacional. É na verdade essa abordagem de não transformar com o chicote, em que se tocam os bois para onde é considerado certo, mas uma educação que nos tornamos cumplice do movimento, pois essa população não é uma boiada, ela já tem um caminhar, tem valores e sentidos, quando nos colocamos a disposição desses sentidos nosso trabalho ganha muita potencia

O senhor poderia contar um pouco da sua história com a medicina e como o senhor decidiu que trabalharia com o mundo popular?

Minha história é muito comum, nunca pensei em mexer com trabalho social. Entrei no curso de medicina para ser pesquisador de laboratório, meu guru na época era o professor Pardal da história do pato Donald, achava o máximo porque ele ficava no laboratório e inventava muitas coisas. Fui fazer medicina porque achava que era o lugar de pesquisa com maior apoio financeiro. Quando entrei no curso comecei a fazer estagio no departamento de fisiologia da UFMG, faculdade que estudei, esse era um departamento muito conhecido e valorizado nacionalmente e tinha muitas pesquisas. Frustrei-me muito com a “pesquisa” porque era um processo muito demorado, tinha que repetir muitas vezes a mesma experiência, no final, não era nada parecido ao professor Pardal. Depois disso pensei muitas vezes em largar o curso de medicina, só não larguei porque não tinha outra opção.

Ai, apareceram alguns colegas que começaram a se envolver com movimentos para discutir a reforma no sistema de saúde, isso em 1976 O movimento estudantil organizou um estágio no vale do Jequitinhonha. Na verdade, comecei a me envolver com isso porque era muito ligado à igreja e tinha alguns amigos da igreja que estavam participando, e ai foi indo, acabei encontrando o maior amor da minha vida. Vejo hoje na extensão muitos alunos fazendo a mesma descoberta que eu fiz há 36 anos, ir num projeto de extensão que você não é um colonizador, mas sim um parceiro muda tudo, sua chegada é totalmente diferente, e isso acaba fascinando muita gente. A partir daí, mudei meu foco no curso para me preparar para essa atuação.

Era um tempo de ditadura e, não só eu, mas muitos colegas fizeram isso, de ir para as comunidades pra lutar contra a ditadura. Quando me formei fiz residência de medicina interna, depois disso achei que seria interessante trabalhar no interior e como minha antiga esposa era nordestina acabei vindo para Paraíba. Nessa época não se podia chegar nos lugares, porque você podia ser um agente do governo infiltrado pra descobrir algo sobre alguma conspiração. Como era ligado ao movimento de igreja recebi algumas recomendações, e fui muito bem recebido aqui em vários estados do nordeste. Só que o lugar que mais goste foi aqui na Paraíba na região do brejo, numa cidade chamada Guarabira. Havia uma faculdade que precisava de professores o que acabou sendo a forma que encontrei pra fazer o trabalho “subversivo” no interior da Paraíba. Eles queriam criar uma área de interiorização da faculdade e como tinha qualificação eles me contrataram, justamente pra onde eu queria ir, fique quatro anos em Guarabira, até que fui expulso. Tenho orgulho dessa marca, poucos médicos já foram expulsos de um lugar, pois eu trabalhava com direitos humanos e em época de ditadura isso era totalmente proibido.

Depois de Expulso comecei a escrever um pouco sobre o que havia vivenciado naquela região. Esses escritos acabaram repercutiram muito, porque havia muitos profissionais que queriam fazer esse trabalho comunitário, só que não sabiam como, e não se escreviam sobre isso. Acabei sendo um dos primeiros a escrever sobre esse tema. Foi quando voltei pra minas e me dediquei ao mestrado, nesse momento comecei a escrever para o profissional de saúde, porque até então estava muito voltado para o atendimento em comunidades e após minha expulsão ocorreu essa guinada no foco do meu trabalho, troquei o agir junto à comunidade para agir com outros profissionais da saúde para a formação de estudantes. E ao voltar do mestrado encontre muitos alunos que queriam desenvolver esse tipo de trabalho de extensão, hoje acredito que me tornei um professor essencialmente da extensão.

A espiritualidade no curso de medicina, e no mundo popular sempre foi uma temática muito forte na sua trajetória como professor e escritor. Para o senhor qual é o papel da espiritualidade em um curso como a medicina?

A espiritualidade cresceu no mundo todo no final do século XX, apesar das previsões que diziam que quase todos seriam ateus, isso leva ao questionamento de porque houve esse crescimento? Porque, pelo que vejo, há certo desencanto com essa vida de uma modernidade cientificista que não vê o sutil, o que esta abaixo do nível da água da consciência clara, e certa consciência de que as maiores atrocidades do século XX foram feitas em nome da racionalização da vida: o nazismo, com um discurso de eugenia, na história coloca-se ele como uma excrecência alemã, o que na verdade não era, porque havia todo um movimento intelectual de países como EUA, Inglaterra, França que pregava por bases biológicas a existência de raças superiores, uma dessas correntes era o chamado darwinismo social, outra grande experiência foi o stalinismo, que dizem que 20 milhões de pessoas foram mortas em nome de uma reforma social, e de uma racionalidade apenas racional. Eu me considero socialista, mas acho extremamente perigoso esse marxismo racionalista. Tudo isso gerou um movimento que fizesse renascer a espiritualidade. Essa é uma palavra que gosto muito, porque existem espiritualidades não religiosas. Sinto que quando se vai para as comunidades e vê coisas acontecendo fora do que é racionalmente previsível ou aceitável, tem um impacto muito forte sobre nós. Vejo muitos processos de mudança ocorrendo nesse contato, e isso reorienta a vida, começa-se a valorizar muito o sutil.

Além disso, a espiritualidade tem muita importância na vida da população, muitas vezes servindo como guia. E isso perpassa por temas da educação popular, há um grande teórico da educação popular Vitor Valla, ele foi um pioneiro no tema da espiritualidade na saúde pública, porque quando trabalhamos com o social temos de levar em conta a cultura da comunidade, você chega lá e a as formas de organização tradicionais estão muito esvaziadas, hoje não há mais associações comunitárias, partidos políticos presentes, etc. Para quem viveu há 30 percebe muito essa mudança, só que essa população não está parada, a busca dela, até em organizações social, passa muito pela espiritualidade. Então se viu que para compreender melhor o mundo popular era necessário estudar mais sobre espiritualidade e, como os caminhos espirituais da população normalmente são muito diferentes dos nossos, temos que vencer certos preconceitos.

Podemos dizer que uma das maiores revoluções na espiritualidade do povo brasileiro é o crescimento das igrejas pentecostais, só que nós intelectuais temos muito preconceito em relação a elas, porque, de certa forma, a dimensão emocional é muito forte, o debate racional não é claro como, por exemplo, a teologia de libertação, que é muito fácil de um cientista social trabalhar, por usar muitos elementos da sociologia. Já as pentecostais não e isso acaba sendo visto como somente lavagem cerebral e alienação. Ai o Vala começou a estudar essas igrejas para entender um pouco mais do mundo popular e foi vendo que as pessoas melhoravam muito suas vidas. Ele começou a ver muitos relatos de melhorias na vida de muitos seguidores, que reorganizaram a vida e melhoraram muito. Só que a grande dúvida continua: por onde passa essa melhoria se essas religiões são vistas só como alienantes? Acho que nos trabalhadores que vamos lidar com o mundo social, temos que compreender mais sobre o assunto, porque os pacientes vêm com um discurso que é muito diferente do nosso, por exemplo, se conversarmos com alguém que é do candomblé, se eu não estudo um pouco sobre essa religião, não há como compreender esse paciente, pode ser até que na consulta ele esconda esse lado, mas quando ele estiver em crise, quando a doença o afundar, ele ira buscar motivação para sair dessa crise existencial, trazida pela doença, na vida religiosa, portanto se quisermos ajudar realmente nesse processo temos que saber dialogar com ele nessa linguagem religiosa que é diferente da minha, por isso o estudo sobre as diversas linguagens religiosas, porque a religiosidade é uma marca muito forte na cultura latino americana.

O dialogo nesse ponto em que se fala muito sobre a existência, sobre si e sobre grandes buscas surge a espiritualidade. Então quem quiser fazer um trabalho profundo tem que entender a dimensão espiritual, até mesmo para o processo de cura. Quando um paciente tem uma doença grave é necessária muita garra pra manter o tratamento e no mundo popular brasileiro essa força passa pelo caminho da espiritualidade. Posso até perceber que a religião para minha vida e para minha família é um atraso, mas se quiser ajudara aquele meu paciente que é cristão e está vivendo um momento de crise existencial gerado pela doença, tenho que compreendê-lo em sua linguagem, para poder ajuda-lo mais profundamente. É esse o deslocamento da educação popular que é fundamental. É necessário mergulhar nos saberes do outro e realizar um dialogo nesses valores e não utilizar esse momento para trazê-lo para meus valores, porque quando se respeita isso, o paciente se sente respeitado e se abre profundamente. Na medicina se aprende muitas técnicas de anamnese, elas ajudam a chegar na casquinha, para ser mecânico de gente elas são suficientes, mas se quisermos ser médicos que trabalhe com homens integrais e não fique só consertando “pecinhas”, mas levantar esse homem que esta caído porque vive um processo de câncer, por exemplo, ai surge uma medicina profunda. Sinto que esses médicos mecânicos de gente ganham muito dinheiro porque tem muito aparelhos, mas quando chegam pelos seus cinquenta anos todos já perderam a motivação. Enquanto eles estão ganhando dinheiro para compra uma Mercedes ou para fazer aquela viagem para Europa, ficam muito motivados e trabalham um monte, mas chega um ponto que se cansam e se desiludem com a profissão. Já o profissional que trabalha na perspectiva mais profunda chega aos 60 anos cheio de garra porque é muito fascinante trabalhar com o ser humano. A maioria dos estudantes não sabe da profundidade que essa profissão tem, não é a toa que a população tem uma grande reverencia pelo médico, mesmo depois de toda a sacanagem que os médicos tem feito. Isso porque a população sabe o poder que a medicina tem quando ela é aplicada no seu máximo, quando ela entra no seu campo mais profundo, por isso se associa ela ao sacerdócio, o que nos negamos muito dizendo que somos só profissionais, mas podemos ser muito mais que isso. Essa descoberta a extensão popular ajuda a fazer. Depois que fiz essa mudança na minha vida, pode-se dizer que perdi muito tempo com a extensão durante o meu curso, mas eu fui o estudante que tive a maior nota da faculdade, só não ganhei a medalha porque participei de um movimento grevista que boicotamos uma matéria e acabei ficando com zero. Tinha notas boas porque para mim havia outra motivação, o objetivo não é ter uma boa nota para mostrar para os pais ou para competir, e sim se estuda porque se sente o que é necessário.


Um dos papeis da extensão é justamente o contato com o fazer profissional, você sente o potencial do profissional que se pode ser.

ANMR convoca forte mobilização para assegurar reajuste de bolsa

Extinção de MP 521/2010 do aumento colocou em risco o novo valor já pago

A direção da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) convoca a categoria em todo o País para um movimento de pressão junto ao Governo Federal, para nova edição da Medida Provisória (MP) com mesmo teor da aprovada pela Câmara que assegurava o reajuste da bolsa-auxílio beneficiando mais de 20 mil médicos residentes. A MP que garantiu a elevação de 22% no benefício, fruto da maior mobilização da história recente dos pós-graduandos, deixou de ter vigência à meia-noite desta quinta, 2 de junho. Os senadores não votaram a prorrogação.

“Se a medida não for reeditada perderemos o reajuste”, alerta o presidente da ANMR, Victor Lima. Nesta quinta, 2, a entidade começou a falar com políticos e apoiadores para abrir canais de interlocução no Governo Federal, Câmara e Senado Federal. “Temos que fazer muito barulho. Procurem seus contatos e deixem claro que é hora de os políticos mostrarem se estão realmente ao lado dos residentes. Não podemos aceitar o descumprimento dos acordos de greve”, provoca Lima. A Associação exige que o Governo remeta nova MP à Câmara ou promova qualquer outro ato legislativo para que não ocorra "este grave retrocesso nas conquistas", completa o dirigente.

A ANMR e as Associações Estaduais convocarão os residentes para assembleias gerais extraordinárias, que debaterão as consequências do fato e as reações em cada Estado e no Distrito Federal.


“Vamos votar indicativo de greve para 5 de julho, caso não haja providência alguma", antecipa o presidente da Associação dos Médicos Residentes do Rio Grande do Sul (AMERERS), Diego Menegotto. A bolsa era de R$ 1.916,05 (congelado desde 2006) e passou a R$ 2.338,06 em 1º de janeiro deste ano.

Há informações do Governo Federal de que a Casa Civil prepara novo Projeto com mesmo teor da MP 521/2010 aprovada na Câmara, em caráter de urgência. Entre sexta-feira, 3 e segunda-feira, 6, haverá notícias mais concretas. Enquanto isso a mobilização poderá provocar uma aceleração das ações para repor a MP extinta.

Fonte: Assessoria ANMR

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Resposta Cruzadinha GLASGOW 15

Resposta da cruzadinha do GLASGOW 15 ed. maio de 2011.

Sessão tumultuada impede votação, e MPs perdem validade

A votação de duas medidas provisórias, a que aumentava o valor da bolsa de médico residente e a que criava uma empresa pública hospitalar, foi motivo de tumulto entre os senadores na sessão desta quarta-feira (1°).

As medidas, que perdiam a validade caso não fosse aprovada até a meia-noite desta quarta, não foram votadas pelos senadores por falta de tempo.

Leia mais em: O globo

Abraço ao HU da UFSC é um sucesso


Nesta quinta-feira dia 2 de junho, aconteceu na UFSC o abraço do HU. Com cerca de 300 participantes entre estudantes, funcionários e população - e junto ao abraço da HU é realizada a votação da MP520 no senado. A oposição conseguiu garantir que desta vez a medida não fosse aprovada. Duas comemorações, por enquanto.

O abraço ao HU foi uma iniciativa dos CAs da UFSC, que mais uma vez mostraram a força que se tem com organização e estudantes. O DAFB parabeniza os participantes.

Quem quiser saber mais acesse: http://leilaodohu.wordpress.com/

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Glasgow 15 - 1° semestre 2011

Caros,

É com muita alegria que dividimos mais uma edição online do nosso jornal Glasgow 15. A versão impressa pode ser encontrada no campus saúde, mais uma vez com muito esforço o nosso DAFB conseguiu sustentar sozinho este projeto, e foi impressa uma tirafem de 1000 exemplares. Grata novamente pela ajuda de todos. Em breve a resposta da cruzadinha e revista com Eymard Vasconcelos na íntegra.

Mayara Floss - Redação


Clique na imagem para ter acesso a versão online.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Abraço ao HU - Campanha contra a MP 520



Mais informações em http://leilaodohu.wordpress.com/

Ao apagar das luzes do ano de 2010, no dia 31 de dezembro, o presidente Lula assinou a Medida Provisória 520 (MP520), que autoriza a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. - EBSERH. Trata-se de uma empresa estatal, de regime jurídico privado, que tem como função principal a administração de todos os HUs do país (retirando essa responsabilidade das Universidades), além da prestação de serviços médico-hospitalares, e de apoio ao ensino e à pesquisa aos hospitais de ensino.

A MP520, que deve ser votada no Congresso ainda esta semana, veio para tentar resolver a situação ilegal de contratação de trabalhadores terceirizados nos HUs, que hoje somam mais de 26 mil em todo o país, denunciada pelo Tribunal de Contas da União desde 2006, com prazo final de resolução até 2010. No entanto, ela não só não resolve os sérios problemas de recursos humanos e financiamento dos HUs, como agrava ainda mais a precarização do ensino e do serviço nos hospitais universitários.

Veja quais serão as consequências da da EBSERH para o ensino e o serviço no HU da UFSC:

• O texto da MP abre brecha para a prática da "dupla porta" nos HUs, com a entrada dos planos privados, já que em nenhum momento fala em exclusividade na prestação de serviços gratuitos. Além disso, a medida foi inspirada nos "bons resultados" do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde pacientes dos planos "furam" a fila de espera e recebem atendimento diferenciado (acomodação, alimentação, acesso a visitas) e já respondem por até 30% de todos os atendimentos. Os estudantes da UFRGS também não possuem acesso aos andares e leitos dos pacientes privados. Até quando o nosso HU será 100% SUS?

• O serviço no HU passará a funcionar na lógica de metas e produtividade de uma empresa privada e deixará de ser oferecido de acordo com as necessidades de saúde da população. Mas o que é produtivo num hospital? A doença? Como isso refletirá no ensino? A saúde pode funcionar na lógica do privado?

• O HU deixa de ser um órgão suplementar da universidade e essa relação passa a ser intermediada pela EBSERH, quebrando o princípio da autonomia universitária, e a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Está previsto que a empresa poderá ser financiada por outras empresas privadas: para quem e com qual finalidade o HU passará a fazer pesquisa?

• Os trabalhadores do HU, agora submetidos ao regime de metas, deixam de ser funcionários públicos da Universidade e passam a ser contratados via CLT (regime das empresas privadas), estando ligados apenas à empresa, com garantias trabalhistas reduzidas e com possibilidade de contratos temporários. Até que ponto isso não influenciará negativamente o serviço e o ensino do HU?

ABRAÇO AO HU! - Ato contra a MP520!
Dia 1 de junho de 2011 ao 12:00 horas em frente dos ambulatórios na UFSC.